A lição de vida dos pacientes oncológicos

Silhueta de mulher com os braços levantando em uma paisagem de entardecer.

Pacientes e pesquisa do Inca confirmam mudanças que o câncer traz: valorizar as coisas simples, ter mais fé e cultivar hábitos saudáveis. Esses ensinamentos podem servir para todos.

“Ficar perto das pessoas que eu gosto, dar mais valor às coisas simples da vida. Não precisa esperar os grandes momentos”. Assim Paula Mara De Assis Palma resume as principais transformações pelas quais passou após ter um câncer. E faz questão de destacar: “Mas não tem a ver com o câncer. A gente tem que fazer o que gosta, porque isso torna a vida mais leve”. Para comentar seus pequenos e grandes prazeres, ela cita comer milho na praia, jogar tênis e trabalhar. “Tenho prazer de estar trabalhando”.

Paula credita ao trabalho, inclusive, um dos motivos do sucesso dos seus tratamentos – que não foram poucos, já que ela teve três recidivas, ficou careca três vezes, passou por nove cirurgias; chegou a ficar de alta seis anos antes de um retorno do tumor e agora está de alta há cinco anos. “Ter trabalhado o tempo todo me fez bem. Achava que ocupando a minha cabeça não sobrava tempo para pensar na doença. O tratamento era como uma reunião que eu precisava participar”.

A busca por redefinir o que realmente é fundamental e quais pessoas queremos ao nosso lado na vida está ligada ao processo de reformulação de valores e comportamentos que a doença traz. Essa foi uma das conclusões do estudo ‘Compreendendo a Sobrevivência ao Câncer na América Latina: os casos do Brasil’ apresentado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde no Dia Mundial do Câncer, criado pela União Internacional para Controle do Câncer (UICC), da qual o Instituto Vencer o Câncer é um dos membros associado.

Com o objetivo de detalhar experiências e necessidades do grupo de sobreviventes da doença, que cresce de forma significativa, os pesquisadores brasileiros entrevistaram 47 indivíduos diagnosticados há pelo menos 12 meses com câncer de próstata, mama, colo do útero e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e 12 familiares/cuidadores, em hospitais das redes pública e privada no Rio de Janeiro e em Fortaleza em 2014 e 2015.

Outra importante conclusão do trabalho: pacientes que sobreviveram ao câncer e familiares buscam hábitos mais saudáveis de vida. A maioria dos participantes reavaliou seu estilo de vida e muitos optaram por comportamentos mais saudáveis. Tanto pacientes quanto familiares citaram mudanças na alimentação, com a adoção de dietas mais saudáveis e relataram o início da prática de atividades físicas, além de passar a fazer exames médicos periódicos.

Mudando para melhor

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